sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Sobre a partida.

Engoli o choro. Segurei firme para garantir que nenhuma lágrima caísse. Eu tinha que ser forte, eu tinha que me manter forte e seguir. Coração aos pedaços, semblante de que nada aconteceu. Ninguém vai saber. É assim que eu ira começar a seguir em frente.
— Yara Tôrres - 8/11
FB-TT-Tumblr

sábado, 2 de novembro de 2013

Carpinejando

Meu maior medo é viver sozinho e não ter fé para receber um mundo diferente e não ter paz para se despedir. Meu maior medo é almoçar sozinho, jantar sozinho e me esforçar em me manter ocupado para não provocar compaixão dos garçons. Meu maior medo é ajudar as pessoas porque não sei me ajudar. Meu maior medo é desperdiçar espaço em uma cama de casal, sem acordar durante a chuva mais revolta, sem adormecer diante da chuva mais branda. Meu maior medo é a necessidade de ligar a tevê enquanto tomo banho. Meu maior medo é conversar com o rádio em engarrafamento. Meu maior medo é enfrentar um final de semana sozinho depois de ouvir os programas de meus colegas de trabalho. Meu maior medo é a segunda-feira e me calar para não parecer estranho e anti-social. Meu maior medo é escavar a noite para encontrar um par e voltar mais solteiro do que antes. Meu maior medo é não conseguir acabar uma cerveja sozinho. Meu maior medo é a indecisão ao escolher um presente para mim. Meu maior medo é a expectativa de dar certo na família, que não me deixa ao menos dar errado. Meu maior medo é escutar uma música, entender a letra e faltar uma companhia para concordar comigo.
— Fabrício Carpinejar.